OXALÁ

DIA DA SEMANA: sexta-feira 

CORES: branco 

SÍMBOLOS: cajado (opaxorô), pilão (eninodô),caramujo, dente de elefante 

ELEMENTO: ar 

PLANTAS: boldo, saião, inhame, malva 

ANIMAIS: caramujo (scargot) 

METAL: estanho, prata 

COMIDA: acaçá, inhame, arroz, cuscuz, canjica 

BEBIDA: água 

SINCRETISMO: Menino Jesus (Oxaguiã, Oxalá jovem (24.12)) e Senhor do Bonfim (Oxalufã, Oxalá velho segundo domingo depois do Dia de Reis, em janeiro) 

DOMÍNIO: céu 

O QUE FAZ: dá felicidade, progresso, saúde. 

QUEM É: o Grande Pai celeste, senhor das almas bem- aventuradas. 

CARACTERÍSTICAS: líder, benevolente, generoso, responsável, confuso, ansioso, rígido, hipocondríaco 

SAUDAÇÃO: Epá Babá! 

ONDE RECEBE OFERENDAS: montes, igrejas 

RISCOS DE SAÚDE: circulação deficiente, problemas dos rins 

PRESENTES PREDILETOS: flores e velas brancas, mel, suas comidas e bebidas. 


LENDAS: 

(1) Olorun criou Obatalá, Olokum, Odudua e Orumilá. Depois deu a Obatalá (o Oxalá original) a tarefa de criar o mundo, entregando-lhe uma sacola com um pó mágico. Mas Obatalá, instigado por Orumilá, que estava zangado por ele não ter cumprido os rituais antes de partir, bebeu muito vinho de palma e adormeceu. Então, seu irmão e rival Odudua roubou a sacola e usou o pó para criar o mundo antes de Obatalá acordar. Obatalá foi castigado com a proibição de usar produtos do dendezeiro e bebidas alcoólicas; mas, como consolação, recebeu uma argila para modelar os humanos. Mas, como não levou a sério a proibição, continuou bebendo e, nos dias em que se excedia, fazia as pessoas tortas ou mal cozidas. É por isso que os deformados e os albinos são filhos de Oxalá. 

(2) Oxalufã morava com o filho Oxaguiã. Quando resolveu visitar o outro filho, Xangô, Ifá disse que ele correria perigo na viagem; mandou levar 3 mudas de roupa, sabão e ori (creme de dendê ); e recomendou que não brigasse com ninguém. Na viagem, Oxalufã encontrou Exu Elepó, que o abraçou e sujou de dendê;controlando-se para não brigar, ele se lavou, vestiu roupa limpa e despachou a suja com ori. Isso se repetiu com Exu Eledu, que o sujou de carvão, e com Exu Aladi, que o sujou com óleo de caroço de dendê. Adiante, encontrou um cavalo que havia dado ao filho Xangô; quando o pegou, os criados de Xangô chegaram, pensaram que ele estava roubando o animal e o jogaram na prisão, onde ficou por 7 anos. Nesse tempo, o reino sofreu seca, os alimentos acabaram e as mulheres ficaram estéreis. Ifá disse que a causa era a prisão de um inocente. Xangô mandou revistar as prisões e reconheceu o pai. Ele mesmo o lavou e vestiu, e então o reino voltou a ser próspero. 

(3) Iemanjá, a filha de Olokum, foi escolhida por Olorum para ser a mãe dos Orixás. Como ela era muito bonita, todos a queriam para esposa; então, o pai foi perguntar a Orumilá com quem ela deveria casar. Orumilá mandou que ele entregasse um cajado de madeira a cada pretendente; depois, eles deveriam passar a noite dormindo sobre uma pedra,segurando o cajado para que ninguém pudesse pegá-lo. Na manhã seguinte, o homem cujo cajado estivesse florido seria o escolhido por Orumilá para marido de Iemanjá. Os candidatos assim fizeram; no dia seguinte, o cajado de Oxalá estava coberto de flores brancas, e assim ele se tornou pai dos Orixás. 

(4) Certa vez, quando os Orixás estavam reunidos, Oxalá deu um tapa em Exu e o jogou no chão todo machucado; mas no mesmo instante Exu se levantou, já curado. Então Oxalá bateu em sua cabeça e Exu ficou anão; mas se sacudiu e voltou ao normal. Depois Oxalá sacudiu a cabeça de Exu e ela ficou enorme; mas Exu esfregou a cabeça com as mãos e ela ficou normal. A luta continuou, até que Exu tirou da própria cabeça uma cabacinha; dela saiu uma fumaça branca que tirou as cores de Oxalá. Oxalá se esfregou, como Exu fizera, mas não voltou ao normal; então, tirou da cabeça o próprio axé e soprou-o sobre Exu, que ficou dócil e lhe entregou a cabaça, que Oxalá usa para fazer os brancos. 

(5) Um dia Oxalufã, que vivia com seu filho Oxaguiã, velho e curvado por sua idade avançada, resolveu viajar a Oyó em visita a Xangô, seu outro filho. Foi consultar um babalaô para saber acerca da viagem. O adivinho recomendou-lhe não seguir viagem. Ela seria desastrosa e acabaria mal. Mesmo assim, Oxalufã, por teimosia, resolveu não renunciar à sua decisão. O adivinho aconselhou-o então a levar consigo três panos brancos, limo-da-costa e sabão-da-costa, assim como a aceitar e fazer tudo que lhe pedissem no caminho. Seria uma forma de não perder a vida. 

Em sua caminhada, Oxalufã encontrou Exú três vezes. Três vezes Exú solicitou ajuda ao velho rei para carregar seu fardo, que acabava derrubando em cima de Oxalufã. Três vezes Oxalufã ajudou Exú, carregando seus fardos imundos. E por três vezes Exú fez Oxalufã sujar-se de azeite de dendê, de carvão, de caroço de dendê. Três vezes Oxalufã ajudou Exú. Três vezes suportou calado as armadilhas de Exú. Três vezes foi Oxalufã ao rio mais próximo lavar-se e trocar suas vestes. 

Finalmente chegou a Oyó. Na entrada da cidade viu um cavalo perdido, que ele reconheceu como o cavalo que havia presenteado a Xangô. Tentou amansar o animal para amarrá-lo e devolvê-lo ao amigo. Mas neste momento chegaram alguns súditos do rei à procura do animal perdido. Viram Oxalufã com o cavalo e pensaram tratar-se do ladrão do animal. Maltrataram e prenderam Oxalufã. 

Ele, sempre calado, deixou-se levar prisioneiro. Mas, no cárcere, muito magoado, usou seus poderes para vingar-se do povo. Assim, Oyó viveu por longos sete anos a mais profunda seca. As mulheres tornaram-se estéreis e muitas doenças assolaram o reino. 

(6) Olorun criou Obatalá, Olokum, Odudua e Orunmilá. Depois deu a Obatalá (o Oxalá original) a tarefa de criar o mundo, entregando-lhe uma sacola com um pó mágico. Mas Obatalá, instigado por Orunmilá, que estava zangado por ele não ter cumprido os rituais antes de partir, bebeu muito vinho de palma e adormeceu. Então, seu irmão e rival Odudua roubou a sacola e usou o pó para criar o mundo antes de Obatalá acordar. Obatalá foi castigado com a proibição de usar produtos do dendezeiro e bebidas alcoólicas; mas, como consolação, recebeu uma argila para modelar os humanos. Mas, como não levou a sério a proibição, continuou bebendo e, nos dias em que se excedia, fazia as pessoas tortas ou mal cozidas. É por isso que os deformados e os albinos são filhos de Oxalá. 

(7) Oxalufã morava com o filho Oxaguiã. Quando resolveu visitar o outro filho, Xangô, Ifá disse que ele correria perigo na viagem; mandou levar 3 mudas de roupa, sabão e ori (creme de dendê ); e recomendou que não brigasse com ninguém. Na viagem, Oxalufã encontrou Exu Elepó, que o abraçou e sujou de dendê; controlando-se para não brigar, ele se lavou, vestiu roupa limpa e despachou a suja com ori. Isso se repetiu com Exu Eledu, que o sujou de carvão, e com Exu Aladi, que o sujou com óleo de caroço de dendê. Adiante, encontrou um cavalo que havia dado ao filho Xangô; quando o pegou, os criados de Xangô chegaram, pensaram que ele estava roubando o animal e o jogaram na prisão, onde ficou por 7 anos. Nesse tempo, o reino sofreu seca, os alimentos acabaram e as mulheres ficaram estéreis. Ifá disse que a causa era a prisão de um inocente. Xangô mandou revistar as prisões e reconheceu o pai. Ele mesmo o lavou e vestiu, e então o reino voltou a ser próspero. 

(8) Iemanjá, a filha de Olokum, foi escolhida por Olorum para ser a mãe dos Orixás. Como ela era muito bonita, todos a queriam para esposa; então, o pai foi perguntar a Orunmilá com quem ela deveria casar. Orunmilá mandou que ele entregasse um cajado de madeira a cada pretendente; depois, eles deveriam passar a noite dormindo sobre uma pedra, segurando o cajado para que ninguém pudesse pegá-lo. Na manhã seguinte, o homem cujo cajado estivesse florido seria o escolhido por Orunmilá para marido de Iemanjá. Os candidatos assim fizeram; no dia seguinte, o cajado de Oxalá estava coberto de flores brancas, e assim ele se tornou pai dos Orixás. 

(9) Certa vez, quando os Orixás estavam reunidos, Oxalá deu um tapa em Exu e o jogou no chão todo machucado; mas no mesmo instante Exu se levantou, já curado. Então Oxalá bateu em sua cabeça e Exu ficou anão; mas se sacudiu e voltou ao normal. Depois Oxalá sacudiu a cabeça de Exu e ela ficou enorme; mas Exu esfregou a cabeça com as mãos e ela ficou normal. A luta continuou, até que Exu tirou da própria cabeça uma cabacinha; dela saiu uma fumaça branca que tirou as cores de Oxalá. Oxalá se esfregou, como Exu fizera, mas não voltou ao normal; então, tirou da cabeça o próprio axé e soprou-o sobre Exu, que ficou dócil e lhe entregou a cabaça, que Oxalá usa para fazer os brancos. 

(10) Oxalufã tinha um filho chamado oxaguiã (forma jovem de oxalá), muito valente e guerreiro, que almejava ter um reino a todo custo. Era um período de guerras entre dois reinos vizinhos e seus habitantes perguntavam sempre aos babalaôs o que fazer para que a paz voltasse a reinar. Um dos sacerdotes respondeu que eles deveriam oferecer ao orixá da paz, que se vestia de branco, como uma pombo, muito inhame pilado, comida de sua preferencia. Oxaguiã, cujo nome significa "comedor de inhame pilado", apreciava tanto essa comida que ele próprio inventou o pilão para fazê-la. Depois que as oferendas foram entregues, tudo voltou as boas. Oxaguiã tornou-se conhecido por todos e conseguiu seu próprio reino. Ate hoje são oferecidas grandes festas a esse orixá para que haja fartura o ano todo.
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário