OXUMARÉ

DIA DA SEMANA: quinta-feira 

CORES: verde e amarelo, todo o arco-íris 

SÍMBOLOS: serpente, arco- íris 

ELEMENTO: terra 

PLANTAS: dracena (pau dágua ), batata doce, cana do brejo, parietária 

ANIMAIS: serpente 

METAL: latão 

COMIDA: batata doce, omolocum, bertalha com ovos; banana 

BEBIDA: água 

SINCRETISMO: São Bartolomeu (24.8 ) 

DOMÍNIO: fertilidade 

O QUE FAZ: dá sorte, fartura e fertilidade. Protege a gravidez. 

QUEM É: o mensageiro dos Orixás para os mortais 

CARACTERÍSTICAS: astucioso, adaptável, criativo, inquieto, mutável, tortuoso, inteligente, alegre, vingativo 

SAUDAÇÃO: Arô Boboi ! 

ONDE RECEBE OFERENDAS: em poços ou fontes na mata 

RISCOS DE SAÚDE: pressão baixa, vertigens, problemas de nervos. Problemas alérgicos e de pele. 

PRESENTES PREDILETOS: flores multicores, velas, suas comidas e bebidas preferidas 


LENDAS: 

(1) Quando Nanã abandonou o primeiro filho, Orumilá (o destino) disse que ela iria ter um outro filho, tão belo quanto o arco-íris, mas que viveria longe dela, correndo mundo. Oxumaré nasceu como uma linda menina que recebeu o nome de Bessém; mas, seis meses depois, ela se transformou numa serpente que saiu se arrastando e pelos seis meses seguintes vagou pelo mundo. E esse foi seu destino desde então; por isso, Oxumaré tem ressentimento da mãe,pois não pode nem namorar, pois os homens fogem apavorados quando a moça vira cobra. 

(2) Quando Xangô e Oxum quiseram se casar, perceberam que seria difícil viverem juntos, pois a casa de Oxum era no fundo do rio e Xangô morava por cima das nuvens. Então, resolveram arranjar um criado que facilitasse a comunicação entre os dois. Falaram com Oxumaré, que aceitou servir de mensageiro entre eles. Só que, durante a metade do ano em que é o arco- íris, Oxumaré levava as águas de Oxum para o céu; não chovia e a terra ficava seca. Por isso, Oxumaré resolveu que, nos seis meses em que fosse cobra, deixaria o serviço. Nesse período, Xangô precisa descer até Oxum, e então acontecem os temporais da estação das chuvas. 

(3) Oxumaré era o babalaô da corte de um rei que,embora fosse rico e poderoso, não pagava bem seu sacerdote, que vivia na pobreza. Certo dia, Oxumaré perguntou a Ifá o que fazer para ter mais dinheiro; Ifá disse que, se ele lhe fizesse uma oferenda, ele o tornaria muito rico. Oxumaré preparou tudo como devia mas, no meio do ritual, foi chamado ao palácio. Não podendo interromper o ritual, ele não foi; então, o rei suspendeu seu pagamento. Quando Oxumaré pensava que ia morrer de fome, a rainha do reino vizinho chamou-o para tratar seu filho doente e, como Oxumaré o salvou, a rainha pagou-o muito bem. Com medo de perder o adivinho, o rei lhe deu ainda mais riquezas, e assim se cumpriu a promessa de Ifá. 

(4) Houve um tempo em que Oxumaré viveu no meio dos mortais. Ele era um grande babalaô, curandeiro e vidente. Seus dons eram tão grandes, que ele adivinhava tudo que iria acontecer e orientava as pessoas para mudarem os fatos segundo seu gosto. Isso começou a interferir nos destinos das pessoas e a prejudicar os projetos dos Orixás. Por isso, os Orixás decidiram afastá-lo da humanidade. Falaram com Olorum, que transformou Oxumaré num arco-íris, que deveria ficar para sempre no céu. Mas Oxumaré tanto pediu, que conseguiu autorização para voltar a ter contato com os humanos de 3 em 3 anos. 

(5) Certa vez, Xangô viu Oxumaré passar, com todas as cores de seu traje e todo o brilho de seu ouro. Xangô conhecia a fama de Oxumaré não deixar ninguém dele se aproximar. Preparou então uma armadilha para capturar Oxumaré. Mandou uma audiência em seu palácio e, quando Oxumaré entrou na sala do trono, os soldados chamaram para a presença de Xangô e fecharam todas as janelas e portas, aprisionando Oxumaré junto com Xangô. Oxumaré ficou desesperado e tentou fugir, mas todas as saídas estavam trancadas pelo lado de fora. Xangô tentava tomar Oxumaré nos braços e Oxumaré escapava, correndo de um canto para outro. Não vendo como se livrar, Oxumaré pediu a Olorum e Olorum ouviu sua súplica. No momento em que Xangô imobilizava Oxumaré, Oxumaré foi transformado numa cobra, que Xangô largou com nojo e medo. A cobra deslizou pelo chão em movimentos rápidos e sinuosos. Havia uma pequena fresta entre a porta e o chão da sala e foi por ali que escapou a cobra, foi por ali que escapou Oxumaré. Assim livrou-se Oxumaré do assédio de Xangô. Quando Oxumaré e Xangô foram feitos orixás, Oxumaré foi encarregado de levar água da Terra para o palácio de Xangô no Orum, mas Xangô não pode nunca aproximar-se de Oxumaré.

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