EXU e POMBO GIRA

DIA DA SEMANA: segunda-feira 

CORES: preto e vermelho 

SÍMBOLOS: tridente, bastão (agô) 

ELEMENTO: fogo 

PLANTAS: pimenta, capim tiririca, urtiga. Arruda, salsa, hortelã. 

FLOR: cravos vermelhos 

ANIMAIS: cachorro 

METAL: bronze,ferro bruto (minério), terra. 

COMIDAS: costela, farofa de dendê, bife acebolado, picadinho de miúdos, omolocum. Limão. 

BEBIDAS: cachaça e batida de mel para Exu; anis e champanhe para Pombo-gira. 

SINCRETISMO: Santo Antonio (13.6) e São Benedito (5.10). 

GUIA: contas pretas e vermelhas intercaladas ou não, ou apenas preta com a firma vermelha 

DOMÍNIO: passagens; encruzilhadas e portas. 

O QUE FAZ: vigia as passagens, abre e fecha os caminhos. Por isso ajuda a resolver problemas da vida fora de casa e a encontrar caminhos para progredir,além de proteger contra perigos e inimigos. 

QUEM É: mensageiro dos mortais para os Orixás, senhor da vitalidade. 

ROUPAS: capa preta ou, preta de um lado e vermelha de outro, calça, camisa, sapato e gravata, alguns usam cartolas e bengalas. 

CARACTERÍSTICAS: apaixonado, esperto, criativo, persistente, impulsivo, brincalhão. 

SAUDAÇÃO: Laroye Exu Emojubá! 

ONDE RECEBE OFERENDAS: 7 portas de cemitérios e encruzilhadas em cruz 

RISCOS DE SAÚDE: dores de cabeça relacionadas a problemas de fígado. 

PRESENTES PREDILETOS: dinheiro, velas, suas comidas e bebidas preferidas, charutos (Exu) ou cigarros (Pombo-gira). 




POMBO-GIRA (de Bombogira, nome de Exu em Angola) é o nome dado aos Exus femininos. Na Umbanda, existem muitos Exus e Pombos-giras que governam lugares diferentes e auxiliam os vários Orixás. 


COR: preto, vermelho e detalhes dourados 

GUIA: contas pretas e vermelhas intercaladas ou não, ou apenas vermelha com a firma preta. 

FLOR: rosas vermelhas 

COMIDA: farofa de milho com coxas de frango 

SAUDAÇÃO: Laroye Pombo-Gira! 

ROUPAS: saias rodadas ou justa, desde que compridas, vestidos de festa com paêtes, blusas com paêtes, bustiês, etc. Coroa vermelha e preta. Se for da linha das pombo-giras Ciganas, elas usam saias rodadas e blusas com babados, coletinhos, além de pulseiras e o lenço na cabeça. 

ONDE RECEBE OFERENDAS: encruzilhadas em T 


LENDAS: 

(1) Exu foi o primeiro filho de Iemanjá e Oxalá. Ele era muito levado e gostava de fazer brincadeiras com todo mundo.Tantas fez que foi expulso de casa. Saiu vagando pelo mundo, e então o país ficou na miséria, assolado por secas e epidemias. O povo consultou Ifá, que respondeu que Exu estava zangado porque ninguém se lembrava dele nas festas; e ensinou que,para qualquer ritual dar certo, seria preciso oferecer primeiro um agrado a Exu. Desde então, Exu recebe oferendas antes de todos, mas tem que obedecer aos outros Orixás, para não voltar a fazer tolices. 

(2) Certa vez, dois vizinhos muito amigos esqueceram de fazer as oferendas devidas a Exu antes de começar a semana de trabaho. Zangado, Exu resolveu se vingar. Pôs na cabeça um gorro que era vermelho de um lado e branco do outro.Em seguida, passou calmamente pelo caminho que dividia as terras dos dois vizinhos, cumprimentando-os amavelmente. Quando ele se afastou, um dos vizinhos perguntou ao outro: "- Quem será este senhor de gorro branco?"E o outro falou: "- Não, o gorro era vermelho!"E ficaram discutindo se o gorro era vermelho ou branco, até que se pegaram e brigaram até se matar. 

(3) Um homem rico tinha uma grande criação de galinhas. Certa vez, chamou um pintinho muito travêsso de Exu, acrescentando vários xingamentos. Para se vingar, Exu fez com que o pinto se tornasse muito violento. Depois que se tornou galo, ele não deixava nenhum outro macho sossegado no galinheiro: feria e matava todos os que o senhor comprava. Com o tempo, o senhor foi perdendo a criação e ficou pobre. Então, perguntou a um babalaô o que estava acontecendo. O sacerdote explicou que era uma vingança de Exu e que ele precisaria fazer um ebó pedindo perdão ao Orixá. Amedrontado, o senhor fez a oferenda necessária e o galo se tornou calmo, permitindo que ele recuperasse a produção. 

(4) Certa vez, dois amigos de infância, que jamais discutiam, esqueceram-se, numa segunda-feira, de fazer-Ihe as oferendas devidas para Exu. Foram para o campo trabalhar, cada um na sua roça. As terras eram vizinhas, separadas apenas por um estreito canteiro. Exú, zangado pela negligência dos dois amigos, decidiu preparar-Ihes um golpe à sua maneira. Ele colocou sobre a cabega um boné pontudo que era branco do lado direito e vermelho do lado esquerdo. Depois, seguiu o canteiro, chegando à altura dos dois trabalhadores amigos e, muito educadamente, cumprimentou-os: 

“ Bom trabalho, meus amigos!" 

Estes, gentilmente, responderam-Ihe: 

"Bom passeio, nobre estrangeiro!" 

Assim que Exú afastou-se, o homem que trabalhava no campo à direita, falou para o seu companheiro: 

“ Quem pode ser este personagem de boné branco?" 

"Seu chapéu era vermelho", respondeu o homem do campo a esquerda. 

"Não, ele era branco, de um branco de alabastro, o mais belo branco que existe!" 

"Ele era vermelho, um vermelho escarlate, de fulgor insustentável!" 

"Ele era branco, tratar-me de mentiroso?" 

"Ele era vermelho, ou pensas que sou cego?" 

Cada um dos amigos tinha razão e ambos estavam furioso da desconfiança do outro. Irritados, eles agarraram-se e começaram a bater-se até matarem-se a golpes de enxada. Exú estava vingado! Isto não teria acontecido se as oferendas a Exú não tivessem sido negligênciadas. Pois Exu pode ser o mais benevolente dos orixás se é tratado com consideração e generosidade. 

(5) Há uma maneira hábil de obter um favor de Exú. É preparar-Ihe um golpe mais astuto que aqueles que ele mesmo prepara. Abaixo uma lenda onde se explica isso. Conta-se que Aluman estava desesperado com uma grande seca. Seus campos estavam secos e a chuva não caia. As rãs choravam de tanta sede e os rios estavam cobertos de folhas mortas, caidas das árvores. Nenhum orixá invocado escutou suas queixas e gemidos. Aluman decidiu, então, oferecer a Exú grandes pedaços de carne de bode. Exú comeu com apetite desta excelente oferenda. Só que Aluman havia temperado a carne com um molho muito apimentado. Exú teve sede. Uma sede tão grande que toda a água de todas as jarras que ele tinha em casa, e que tinham, em suas casas, os vizinhos, não foi suficiente para matar sua sede! Exú foi á torneira da chuva e abriu-a sem pena. A chuva caiu. Ela caiu de dia, ela caiu de noite. Ela caiu no dia seguinte e no dia depois, sem parar. Os campos de Aluman tornaram-se verdes. Todos os vizinhos de Aluman cantaram sua glória: 

"Joro, jara, joro Aluman, Dono dos dendezeiros, cujos cachos são abundantes; Joro, jara, joro Aluman, Dono dos campos de milho, cujas espigas são pesadas! Joro, jara, joro Aluman, Dono dos campos de feijão, inhame e mandioca! Joro, jara, joro Aluman!" 

E as rãzinhas gargarejavam e coaxavam, e o rio corria velozmente para não transbordar! Aluman, reconhecido, ofereceu a Exú carne de bode com o tempero no ponto certo da pimenta. Havia chovido bastante. Mais, seria desastroso! Pois, em todas as coisa, o demais é inimigo do bom. 

(6) Exu, filho primogênito de Iemanjá com Orunmilá, o deus da adivinhação, é irmão de Ogum, Xangô e Oxóssi. Ele é o deus da comunicação, do dinamismo, muito querido entre os iorubás. Exu era voraz e insaciável. Conseguiu comer todos animais da aldeia em que vivia. Depois disso, passou a comer as árvores, os pastos, tudo que via até Chegar ao mar. Orunmilá previu então que Exu não pararia e acabaria comendo os homens, e tudo que visse pela frente, chegando mesmo a comer o céu. Ordenou então a Ogum que contivesse o irmão Exu a qualquer custo. Para conseguir isto, Ogum foi obrigado a matar Exu, a fim de preservar a terra criada e os seres humanos. Mas esmo depois da morte de Exu, a natureza, os pastos, as árvores, os rios, tudo permaneceu ressecado e sem vida, doente, morrendo. Um babalaô (representante de Orunmilá na terra) alertou Orunmilá de que o espírito de Exu sentia fome e desejava ser atendido, ameaçando provocar a discórdia entre os povos como vingança pelo que Orunmilá e Ogum haviam feito. Orunmilá determinou então que em toda e qualquer oferenda que fosse feita pelos homens a um orixá, houvesse uma parte em homenagem a Exu, e que esta parte seria anterior a qualquer outra, para que se mantivesse sempre satisfeito e assim possibilitasse a concórdia. 

(7) Uma mulher que esqueceu de alimentar exú. Se encontra no mercado vendendo os seus produtos. Exú põe fogo na sua casa, ela corre prá lá, abandonando seu negócio. A mulher chega tarde, a casa está queimada e, durante esse tempo, um ladrão levou suas mercadorias. Nada disso teria acontecido - se tivesse feito a exú as oferendas e os sacrifícios usuais ou em primeiro lugar. 

(8) Um dia, oxalá cansado de ser zombado e trapaceado por exú, pois oxalá era muito orgulhoso e geralmente não agradava exú por ser um orixá mais velho. Decidiu combater exú para ver quem era o orixá mais forte e respeitado. E foi aí que oxalá provou a sua superioridade, pois durante o combate, oxalá apoderou-se da cabaça de bará a qual continha o seu poder mágico, transformando-o assim em seu servo. Foi desde então que oxalá permitiu que exú recebesse todas as oferendas e sacrifícios em primeiro lugar... 

(9) Exu foi o primeiro filho de Iemanjá e Oxalá. Ele era muito levado e gostava de fazer brincadeiras com todo mundo.Tantas fez que foi expulso de casa. Saiu vagando pelo mundo, e então o país ficou na miséria, assolado por secas e epidemias. O povo consultou Ifá, que respondeu que Exu estava zangado porque ninguém se lembrava dele nas festas; e ensinou que,para qualquer ritual dar certo, seria preciso oferecer primeiro um agrado a Exu. Desde então, Exu recebe oferendas antes de todos, mas tem que obedecer aos outros Orixás, para não voltar a fazer tolices. 

(10) Um homem rico tinha uma grande criação de galinhas. Certa vez, chamou um pintinho muito travêsso de Exu, acrescentando vários xingamentos. Para se vingar, Exu fez com que o pinto se tornasse muito violento. Depois que se tornou galo, ele não deixava nenhum outro macho sossegado no galinheiro: feria e matava todos os que o senhor comprava. Com o tempo, o senhor foi perdendo a criação e ficou pobre. Então, perguntou a um babalaô o que estava acontecendo. O sacerdote explicou que era uma vingança de Exu e que ele precisaria fazer um ebó pedindo perdão ao Orixá. Amedrontado, o senhor fez a oferenda necessária e o galo se tornou calmo, permitindo que ele recuperasse a produção.
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