23 de out. de 2015

O que é Mediunidade?

O “pilar” das Religiões Espiritualistas está na Mediunidade, porque é através dos vários tipos de fenômenos mediúnicos existentes que as mensagens, ensinamentos e trabalhos de cura e aperfeiçoamento espiritual acontecem...

Antes de discorrermos sobre o tema, o que acontecerá de maneira simples e objetiva, inicialmente, abordaremos alguns pontos que ficam no imaginário popular, por exemplo, a “santificação dos médiuns”, como se de alguma maneira pessoas que possuem a faculdade de incorporação ou quaisquer outras, fossem altamente extraordinários e possuidores de poderes e capacidades superiores... Pensar desta maneira é um grande equívoco, porque, médium seja qual for sua especialidade é primeiramente um ser humano como outro qualquer, passível de sentimentos bons e ruins, de ações boas e ruins ou condutas morais elevadas ou não, o livre arbítrio dessas pessoas deve também ser respeitado e entendido, para não termos admiração pelo dispensável.


A educação mediúnica, religiosa e filosófica para aqueles que fazem parte de correntes ou grupos que realizam trabalhos caritativos é uma obrigação ou deveria ser, pois, a seriedade das ações tem que ser levadas em consideração. Essas pessoas também orientam e dirigem outras, quando não estão incorporadas ou por qualquer outro tipo de trabalho que realizam. A “educação” não é privilégio ou dever de médiuns apenas, deve ser incentivada e disseminada em todos os meios espiritualistas, para que aos poucos mesmo que de forma acanhada, possamos enxergar com mais clareza o que nos acontece e as mensagens que recebemos possam de alguma maneira fazer-nos iniciar uma mudança positiva em relação á vida, além de promover uma consciência coletiva voltada ao entendimento global dos movimentos espiritualistas...


O que é Mediunidade? 


Uma das obras da codificação de Allan Kardec, o “Livro dos Médiuns” trata especialmente deste assunto em seus pormenores, porém para seguirmos com nossos estudos destacamos uma definição sobre mediunidade bastante simples e de fácil entendimento:

”Mediunidade é a capacidade que o ser humano possui de intermediação ou comunicação entre o plano material e o plano espiritual”

Partindo desta definição básica, podemos entender as pessoas que incorporam espíritos, pessoas que são videntes, pessoas que psicografam, entre tantas que podemos listar que possuem faculdades ou especialidades mediúnicas.

Outra questão interessante e que provavelmente muitas pessoas se perguntam, é sobre se nascemos com a faculdade de mediunidade desenvolvida ou se adquirimos ela durante nossa vida? 

Podemos definir que todos nós de alguma maneira somos médiuns, todos nós algum dia ou hora já sonhamos ou tivemos pesadelos, intuições, pressentimentos que são sintomas típicos de “mediação” ou “comunicação” com planos ou seres que não pertencem mais a matéria física. Esses são “sintomas” que comprovam nosso relacionamento com planos e inteligências de outros planos, então podemos afirmar por percepções diferenciadas que todos somos “Médiuns” desde nosso nascimento. 

Acontece que algumas pessoas possuem ou desenvolvem durante sua vida uma maior sensibilidade, há casos inclusive onde esses fenômenos acontecem com o indivíduo já na primeira fase de sua vida, ou seja, na infância.

Não podemos deixar de entender também, que Médiuns não são exclusividades das Religiões Espiritualistas, ou seja, do Espiritismo, da Umbanda, do Candomblé, da Quimbanda entre tantas, Médiuns e “mediunidades” são fatores em comum para todos os seres humanos do planeta, outras religiões que não acreditam em tal existência também possuem pessoas que de alguma maneira são “medianeiros” ou “comunicadores” dos planos extracorpóreos. Tanto que essa ideia pode ser analisada, por exemplo, nos evangelhos da Bíblia, passagens citando que profetas ou apóstolos de Cristo, tiveram uma visão de Anjos ou do próprio Espírito Santo lhes abrindo a porta do desconhecido e lhes passando mensagens de relação; o próprio Cristo que em suas caminhadas palestrava e curava enfermos com a “inspiração do Pai Maior”. 

Portanto, mediunidade pode dar-se em maior ou menor grau independentemente de raça, credo ou posição política e orientação sexual, são fenômenos que acontecem e deixam todos os seres em estado de igualdade. As diferenças estão em quais religiões aceitam tal realidade, e como elas lidam com seus médiuns.


Quais os tipos de Mediunidade?


Os tipos de mediunidade são bem variados e em graus de sensibilidade bem distintos, segue a listagem dos tipos mais conhecidos:


  • Incorporação: Também chamada de “psicofonia”, é o ato de dar a passividade para que espíritos se comuniquem com os demais através de seu corpo e principalmente que possa se manifestar verbalmente através do médium. É a mediunidade mais comum dentro dos centros de Umbanda. A grande diferença entre psicofonia e incorporação é que esta última vai além da “fala mediúnica” para afirmar-se como uma caracterização total da entidade com a matéria de seu médium. A entidade incorporada se comporta como se estivesse encarnada no corpo de tal médium.



  • Psicografia: É a escrita mediúnica, em que os espíritos escrevem através do médium. Que consagrou o médium Chico Xavier, apesar de ele ter manifestado em vida quase todos os tipos de mediunidade (com mais de 460 livros psicografados pelos espíritos), característica dos nossos irmãos Kardecistas e que hoje tem aparecido também na Umbanda tendo como uns dos exemplos mais conhecidos o nosso irmão Rubens Saraceni (mais de 70 livros psicografados).



  • Pictografia: Pintura mediúnica. Muito bem apresentada por Gaspareto.



  • Clariaudiência: audição mediúnica, dom de ouvir a voz dos espíritos.



  • Clarividência: É a visão mediúnica, quando se vê o “mundo astral”.



  • Vidência: Visão mediúnica com imagens que se formam mentalmente e que têm algum contexto com a realidade ou o mundo astral.



  • Inspiração ou irradiação: quando sutilmente e conscientemente o médium recebe comunicações do astral. 



  • Desdobramento ou projeção astral: Ainda conhecido como viagem astral, é o ato de sair do corpo material com seu corpo perispiritual para realizar tarefa no astral, a maioria de nós a realizamos naturalmente enquanto dormimos, tendo ainda pequena diferença da projeção mental em que apenas a mente, sem o invólucro perispiritual, vai até certo local buscar informações e viver certa experiência. Muito estudada e difundida por nosso irmão Wagner Borges (www.ippb.org.br), que faz “viagem astral” espontaneamente desde criança e ensina as pessoas a fazerem também.


Existem outros tipos de manifestações espirituais através das faculdades mediúnicas do ser humano, que podem ser estudadas através da literatura disponível. Na Umbanda a mais comum podemos dizer que é a de Incorporação, conforme a própria listagem sugeriu. 

Outro aspecto bem relevante a observarmos, como existem várias pessoas que de alguma maneira não desenvolvem de forma mais incisiva essas possibilidades, temos aqueles indivíduos que reúnem várias delas manifestadas, tendo em vista tamanha disposição que esses têm para se afinizar com as orientações. Então o sujeito pode ser um médium de incorporação, fazer projeção astral, receber inspirações e possuir clarividência, sem que isso lhe cause algum dano ou superpoderes.

Conforme mencionado anteriormente, devemos respeitar o livre-arbítrio das pessoas, e como os médiuns são pessoas normais, o devido uso de suas faculdades poderá ficar a cargo da própria pessoa ou do terreiro que ela participa, praticando de forma ética sua mediunidade e espiritualidade ou deixando-se levar pelas ilusões e falsos poderes que pensam possuir. 

Não queremos aqui julgar ninguém com nosso comentário, apenas lembrar que é comum na literatura psicografada lermos que, Médiuns antes de suas reencarnações escolheram de alguma maneira contribuir para o auxílio do próximo através de mediunidade, porém quando chegam a carne, (Reencarnam), não tomam consciência disso, pois deveriam de alguma forma fazer do trabalho mediúnico ser uma realidade comprometida com a responsabilidade e ética. Os médiuns de Umbanda não estão fora desta teoria, por muitas vezes vemos os próprios Guias falarem algo a respeito disso. A expressão do Caboclo Mirim resume bem este quadro:

”Umbanda é coisa séria, para gente séria”, podemos pensar também que... “Mediunidade é coisa séria, para gente comprometida”


Na Umbanda, quais os tipos de Mediunidade mais comuns?


Os tipos de mediunidade apresentados no tópico anterior são alguns dos estudados e codificados pelas obras de Allan Kardec, essas definições são generalizadas e servem para entendermos seus conceitos e finalidades. Todas as casas que praticam trabalhos espirituais têm em seu corpo doutrinário, médiuns e assistentes que munidos de orientações dos guias e mentores juntamente com estudos sistematizados, realizam os rituais e atendimentos do público em geral.

Na Umbanda não é diferente, como já visto anteriormente, cada Religião tem sua cultura de ritos e fundamentos. Geralmente no caso de terreiros e centros Umbandistas, encontramos na maioria das vezes os seguintes “médiuns”, que constituem um corpo de trabalho. Lembramos que a sequência abaixo faz parte de nosso entendimento, e as nomenclaturas e definições podem variar conforme cada terreiro ou tenda:


  • Médiuns de Incorporação ou Cavalos: São todos aqueles que “incorporam” ou dão passagem para os Guias Espirituais, em todo terreiro de Umbanda temos que ter pelo menos um, tendo em vista que manifestações de Preto-Velhos, Caboclos, Exús, Boiadeiros e outros, dependem dessas pessoas e é ponto principal da Religião. Quando incorporados por esses espíritos geralmente são chamados de Cavalos, Aparelhos ou até Filhos. As pessoas que realizam esse trabalho são todas aquelas que têm essa faculdade desenvolvida geralmente em trabalhos específicos para este fim, desde o Dirigente Espiritual e fundador da Casa até os mais novos e recém-chegados. Dedicação e responsabilidade são primordiais nesse trabalho, sabendo estes do enorme compromisso que assumiram.



  • Cambonos: Os Cambonos são médiuns de sustentação, e são tão importantes quanto os médiuns de incorporação mediúnica, nos trabalhos de uma Casa Umbandista, eles também devem seguir certos procedimentos e ter a mesma dedicação e responsabilidade. O Cambono médium de sustentação é aquele trabalhador, com mediunidade ostensiva ou não, que está presente ao trabalho, mas que não participa diretamente do fenômeno nem dos procedimentos de incorporação mediúnica para atendimentos. Como o próprio nome diz, embora não esteja envolvido diretamente no fenômeno ou na assistência, faz a sustentação energética do trabalho, mantendo o padrão vibratório alto por meio de pensamentos e sentimentos elevados e cantando os pontos de Guias e Orixás, além de serem assistentes diretos dos guias nos atendimentos e consultas, pois os servem e ajudam quando necessário.



  • Curimbeiros e/ou Ogãns: São os médiuns que através da intuição, dedicação e trabalho realizam os toques dos atabaques e cantam, ajudando na sustentação energética dos terreiros, com os pontos cantados para os Guias e Orixás, que são elementos de ligação com essas entidades, eles ajudam a fortalecer o pensamento coletivo do grupo mediúnico, facilitando o trabalho dos falangeiros. A utilização desse trabalho nas casas Umbandistas varia de acordo com a cultura do lugar, podemos ter Curimbeiros que cantam e batem palmas ao invés dos tocadores de instrumentos.



  • Estudantes e Palestrantes: Entendemos que toda Religião tem por obrigação esclarecer e ajudar o entendimento de pontos específicos que são inerentes a ela, os estudos podem ser convertidos em palestras e exposições elucidativas que ajudam no desenvolvimento do corpo mediúnico e consequentemente da assistência, que comparecem regularmente nos terreiros de Umbanda. Podemos considerar seu trabalho mediúnico também, pois, acreditamos que Guias e Mentores espirituais em certos momentos os inspiram e sustentam tal tarefa. Os assuntos relacionados a estudos e leituras podem ser inúmeros, desde que estejam dentro do contexto e realidade da casa em que trabalham.



  • Colaboradores: Colaboradores são todas as pessoas que de alguma maneira ajudam na manutenção e sustentação das casas, doando produtos como materiais que os Terreiros necessitam, sejam eles doadores de velas, artigos de tabacaria, bebidas, pembas, materiais de limpeza ou até produtos específicos para festas e comemorações. Colaboradores podem ser também pessoas que realizam trabalhos manuais, ou seja, ajudam na limpeza, organização do templo, reformas em geral. Muitos podem pensar que isso não é trabalho mediúnico, porém se pensarmos que estamos doando nosso tempo de graça ou executando algo que fará parte de um conjunto, ou seja, sua colaboração faz parte de todo um trabalho que também é mediúnico e ajuda pessoas de forma caritativa, então são todos tarefeiros e médiuns.



  • Assistência e/ou Consulentes: Todas as pessoas que vão a terreiros e centros de Umbanda em busca de auxílio e passam por consultas e atendimentos são considerados médiuns também, sem elas seria muito difícil fazer a “caridade” ou praticar a Umbanda, essa assistência quando tem uma frequência regular e toma os banhos de ervas receitados pelos Guias, firmam o Anjo da Guarda, evitam nos dias de trabalho pelo menos, o uso do álcool, quando estão no terreiro ao rezarem e cantarem os pontos elevando seus pensamentos, acabam diretamente por  ajudar a corrente mediúnica colaborando com o trabalho espiritual por meio de suas vibrações. Podemos então dizer que são médiuns colaboradores, pois, de forma energética acrescentam e muito aos trabalhos, além de receberem os fluidos, para sua própria evolução e entendimento de suas vidas material e espiritual.



Para finalizarmos este estudo lembramos que a Umbanda tem em seu conceito ser inclusiva, onde todos sem distinção estão inseridos em seu contexto atuando seja direta ou indiretamente. Ressaltando que ninguém realiza nada sozinho e dependemos um dos outros em todos os aspectos de nossas vidas. 

Mediunidade não é privilégio de ninguém muito menos fardo ou obrigação, são faculdades ou especialidades que os humanos possuem para manter contato com seu mundo real ou sua casa, com responsabilidade e fé em Deus.


Fonte. nomundodasumbandas.com.br

Um comentário:

  1. Freqüentei um terreiro.e la desenvolvi minha mediunidade
    Foram 12 anos ...estava bom desde quando eu comecei a incorpora as entidades e ajudar os irmãos tudo mudou para mim ...o dono da casa não aceitava uma irmã ficou obsidiada e eu falei o dono da casa mudou comigo usou a entidade para me falar cousas .....fui na casa dela e fiz oque tinha que ser feito .hoje ela esta bem ..mas tive que me afastar porquê não era mais bem vinda eu sentia no olhar das pessoas 😢 sei que preciso de ajuda mas me recolho porquê muitos não aceitam minha maneira de ver as cousas eu já estudei o espiritismo .mas me encontrei-me.na umbanda

    ResponderExcluir